sexta-feira, 16 de março de 2012

Cap. 1 - UM LAR NAS SELVAS (cont.)

_ Bobby - disse eu _, você agora é o líder de seu povo. É uma grande responsabilidade.
Ele sacudiu os ombros. _ Bem, não sou realmente. Há muitos outros homens capazes de tomar o meu lugar. E além disso, Bruchko, Jesus Cristo anda em nossos caminhos. Ele conhece os nossos caminhos e sabe quais as coisas de que precisamos. Enquanto nós não o enganarmos novamente, Ele será o nosso verdadeiro guia.
Concordei, sacudindo a cabeça afirmativamente.
_ Bruchko - disse Bobby _, você precisa ver as escolas. Elas estão superlotadas. A maior parte dos alunos já leu os livros que nós traduzimos e estão pedindo mais. Especialmente mais do Novo Testamento. conversam sobre as coisas que estão aprendendo como se estivessem discutindo uma caçada. Os mais velhos também. Precisamos nos pôr a trabalhar e traduzir mais para eles, senão não nos deixarão em paz.
A idéia de de ter mais traduções a fazer deixou-me bastante alegre. Uma coisa é certa, eu aprendera muita coisa sobre a Bíblia, fazendo esse trabalho. Lembrei-me da palavra Fé em motilone, a palavra que significava "atado a Deus", justamente como um motilone atava a sua rede nos caibros mais altos de seu lar coletivo. "Atados a" Jesus, podíamos descansar, dormir, e cantar bem acima do solo, sem temor de cair.
Estou tão feliz de estar de volta com você Bobby - disse eu -. Senti muita falta de você todo esse tempo que estive fora. Creio que simplesmente estou "atado aos motilones".
_ E nós estamos atados a você, Bruchko.
Olhei novamente para Bobby, que estava pilotando o barco e sorri. Como era estranho que estivesse nesse local, e que sentisse da maneira como me sentia, a respeito desse povo. Fora Deus que me trouxera até ali. Nunca teria chegado por mim mesmo. E mesmo que tivesse desejado, nunca teria alcançado e vencido todos os problemas, aguentado a  solidão e os perigos. Realmente, eu mesmo nunca teria deixado o meu lar em Minneapolis, se não tivesse tido sua Presença poderosa e determinante dentro de mim.
Mais tarde, pensei naquelas palavras, "Por esta cruz eu te matarei". Elas eram ameaçadoras, geladas. Eram simplesmente uma praga ou uma maldição, uma ameaça, ou elas significavam muito mais? Eram proféticas de algo que a cruz ainda faria por nós?
Fora pela cruz que eu amara os motilones e como recompensa era amado por eles. Mas era também pela cruz que eu haveria de morrer? Era também pela cruz que Bobby haveria de morrer?

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